Chegamos ao finalmente…

O final de ano chegou antes do que pensávamos não é mesmo? Veio prematuro, agitado e nos exigindo atenção total. Mais que isso; nos obrigou a focar em 2015 desde o meio do ano! O que isso significa? Muitas coisas; em alguns casos, nem temos todas as respostas para essa angústia modernista de uma coisa seguir à outra, sobre este tiquetaquear do relógio e o modo como o tempo nos leva rumo ao futuro. Quase nunca possibilitando conexões reais; e ainda assim, alimentando uma esperança quase nostálgica. Então, todos já perceberam que já passamos pelo cume de 2014 e estamos descendo a colina em direção a 2015; por que continuamos, ainda, ávidos por adquirir um pequeno pedaço daquilo que já perdemos? Em vão agimos assim agora, porque todo prognóstico futuro é um mero exercício de controle do entusiasmo e expectativas.

“Eu não vejo o que está presente, mas o que está faltando. Eu vejo a evidência da ausência, através da presença do que ainda resta.”1

Do ponto de vista da juventude, a vida pode ser infinitamente longa. Mas se você, assim como eu, já passou dos trinta, não, quarenta, a vida já se apresenta como um passado bastante recente. E se é do tipo que apela para um comprimido a cada buzina no trânsito e só enxerga cores na tarja preta, já está mais do que na hora de parar e repensar sua vida. Não somos adolescentes mergulhados na internet insistindo em amizades falidas, representando personagens imaginários online, onde raça, gênero, classe social e cultura não são fardos, mas escolhas. Onde parece que quase todo mundo tem um plano b, ou pelo menos sonha em ter um. E há ainda aqueles que têm não só um, mas muitos! Achamos que sabemos o que estamos fazendo e o porquê, mas, pode acontecer de nossas ações serem dirigidas por scripts arraigados em nosso inconsciente, inerentes e imperceptíveis para nós. Alguns desses scripts, talvez a maioria mesmo, são benéficos. Mas, e quando o script age de forma insidiosamente prejudicial, guiando sua vida na direção errada, sem que você esteja ciente disso? E se você estiver sabotando sua vida, porque cegamente está vivendo o script errado? O que fazer então?2

O problema na verdade é que estamos sempre nos movendo, à procura do nosso lugar no mundo. Isso pode levar anos, pode nos levar para longe. Isso pode nos fazer esquecer um detalhe muito importante: somos os construtores do nosso lugar. A maioria apenas precisa de um bom supervisor pra casa não cair. Tem gente que vive um dia após o outro, hoje aqui, amanhã ali. Tem quem viva para sair de férias, sempre querendo estar em outro lugar. Tem os que agem como se fossem peças no tabuleiro… E não o jogador. Será que agem por mera escolha, pela beleza da novidade, pela leveza da mudança ou é pelo descompromisso mesmo? Ou seria o vento que é forte demais?3 A mim parece que não sabem fazer boas escolhas simplesmente.

Alguém já disse que a liberdade está no poder de escolha, e não na capa que se veste. Que estar liberto é não precisar que alguém se sinta bem por você, é não precisar ser aceito por ninguém. E ainda assim fazer algo apropriado para esse alguém.

Em relação à liberdade, podemos dizer: “onde está o espírito do Senhor, aí há liberdade” (2ª carta aos Coríntios, cap. 3.17). A liberdade verdadeira é um claro sinal da imagem divina no ser humano. A liberdade da pessoa, de fato, tem o seu fundamento na sua dignidade transcendente. No Evangelho de João, cap. 8.32, lemos: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Entendemos que a verdadeira liberdade não se trata apenas de um direito para si próprio; ela é um dever perante os outros. A liberdade de cada um dos humanos e de nossas comunidades deve respeitar as liberdades e os direitos dos demais no plano individual e coletivo.

“Somos expostos à tentação de pensar que nossos direitos pessoais só estão plenamente garantidos quando nos desligamos de todas as normas da Lei divina. Por este caminho, porém, longe de ser salva, a dignidade da pessoa humana perece”. (GAUDIUM ET SPES, 2000, p. 186).

Para finalizar este post, vou parafrasear Eugenio Mussak:

“Por último, quero te contar de um judeu chamado Jesus, que é conhecido também por Cristo, que não é seu sobrenome, mas uma espécie de título, de alguém que é portador da verdade – um messias, por assim dizer. Ele viveu o tempo todo falando com as pessoas, e sabe qual era a mensagem dele, minha querida? Era só uma: que cada pessoa deveria amar as outras pessoas, mesmo que elas acreditem em outras coisas, tenham outros hábitos e a cor de suas peles seja de tons diferentes, pois, no fundo, somos todos irmãos. Ele insistia na força do amor, esse sentimento que tem um poder incalculável de transformar o homem e o planeta inteiro.”

 

Pois é. Eu não sou filósofo, nem cientista, nem artista, e muito menos um homem santo. Mas sou um curioso. Sabe o que é ser curioso? É reconhecer que sabe pouco, sempre busca aprender e, quanto mais aprende, mais se dá conta de como ainda há coisas para aprender. Esta simples, profunda, exata, consistente verdade, por mais dolorosa que possa ser, acaba dando um empurrão a você, a mim e a quem mais quiser sair do ciclo vicioso do stress:

“sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” – Provérbios 4.23, Bíblia JFA Offline.

 

E, enquanto chegamos a alguma conclusão, vamos beber, comer e viver! Pois a leveza é justamente uma das propostas para o séc. XXI!  Feliz nova jornada, happy roadtrip, feliz Ano Novo para todos!

1 – Jane Dorn in http://www.ideafixa.com/a-presenca-da-ausencia/

2 – Eliane Barbosa e Richard Krevolin, Seja o herói de sua história, Novo Século.

3 – https://www.flickr.com/photos/10paezinhos/

Sobre lucaspinduca

I'm part cultural voyeur mixed with a splash of aspiring behavioral scientist and wannabe motivational Christian speaker.
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