Devocionais para não devotos (II)

Nós só amamos porque ele nos amou primeiro. – 1 Jo 4:19

O noivado é um evento muito especial! O casal decide se unir em casamento, para passar o resto da vida juntos. Essa é uma grande decisão, que vai mudar a vida dos dois.
O noivado é um compromisso mais sério que o namoro mas ainda não é casamento. O noivado é o tempo de preparação para o casamento, organizando as coisas para começar uma nova vida juntos. É um passo importante no relacionamento.

O amor foi banalizado em nossa geração e muitas vezes é uma palavra empregada com diferente conotação. No entanto, é importante perceber que não é o mundo ou a sociedade quem define o que é o amor. Uma vez que Deus é amor (1 Jo 4:8), e Deus é imutável, o amor legítimo terá sempre a mesma conotação, o próprio Deus. O que isto significa em termos práticos? Significa que tudo aquilo que é bom e tudo aquilo que é perfeito procede de Deus. Nunca compreenderemos o amor até reunirmos as condições que torne possível experimentar Deus e a sua bondade no cotidiano. Este experimentar não é algo meramente empírico. O amor é o ponto de partida, e é o destino final da ação de todo cristão. Quando praticamos o amor então Deus nos é revelado a nós. O teólogo Arthur W. Pink definiu o amor como “a rainha de todas as graças”, portanto, quando nos encontrarmos numa encruzilhada onde teremos que optar entre o amor e qualquer outra coisa, façamos a escolha pelo amor.

O povo com seu senso comum insiste em ver o amor como sentimento, mas o que a Bíblia revela é que amar é uma decisão. A famosa frase de Cantares de Salomão mostra claramente isto: “desperte o amor até que queira”. A Bíblia também coloca o amor como mandamento. Se o amor fosse apenas sentimento não seria um mandamento.
Entretanto, é preciso que fique claro, que o amor de Deus, que é diferente do amor natural, ele é derramado em nosso coração no momento em que O Espírito Santo passa habitar naqueles que creem. Então, a capacidade de amar como Deus quer que ame vem do próprio Deus, que derrama com O Espírito Santo o amor em nossos corações.
O amor é a virtude primária do Fruto do Espírito Santo em nós. Então, para que pratiquemos este amor é necessário andarmos no Espírito e não andarmos segundo as concupiscências da nossa carne. Desta forma, amaremos, e não cederemos aos apetites carnais pecaminosos. É preciso também a renúncia aos sentimentos e desejos que se opõem ao amor de Deus para que possamos viver em amor. O amor como uma decisão deve insistir na prática do amor mesmo quando não sentimos o amor. O amor de Deus tem a característica de perseverar mesmo quando a ambiência não favorece. Deus é amor e aqueles que são nascidos dEle amam.

Muitos agarram-se ao texto bíblico que diz que o “amor jamais acaba” para justificar a manutenção de uma relação que já chegou aos seus limites. O amor jamais acaba como um dom, como uma manifestação da graça de Deus para com os indivíduos e dos indivíduos para com o seu próximo. Mas o amor conjugal precisa um pouco mais do que fé e determinação. Este amor precisa de manutenção e de um renovar contínuo dos elementos que o envolve.
Muitos casamentos chegam ao fim quando um casal deixa de ter um sonho em comum. Outras relações são desfeitas pelo abuso de uma das partes na relação. E ainda há o caso do amor que simplesmente deixou de existir, foi desgastado pelo tempo, pela mesmice. O que resta? O conformismo. A tentativa incessante de manter a relação por meio de aconselhamentos, encontros de casais, o medo de um Deus irado que lançará todos os divorciados no inferno.
A Bíblia nos dá espaço para pensarmos nas duas direções. A primeira do divórcio como algo irremediável. Esta era uma prática comum entre os judeus. A segunda é entender que embora esta prática fosse comum entre os judeus, ela não era o ideal de Deus para os matrimônios, mas Deus permitida devido a dureza do coração humano. O certo é que em ambos os casos há uma permissão divina ou uma prática religiosa que buscava absorver esta prática na comunidade sem acrescentar mais dores. E talvez você me pergunte: “Mas o que Deus uniu poderá separar o homem?” A minha resposta a esta pergunta vai como outra questão: “E foi Deus quem uniu este casal?” Acredito que a resposta será dada à medida em que este casal seja capaz de vencer seus obstáculos, manter a paixão e interesse um pelo outro, continuarem a ser sexualmente atraentes um para com o outro. Não sendo este o caso, continuaremos a ver mais e mais divórcios na igreja, a medida em que as pessoas vencem seus medos e seus tabus.
Não acredito que a normalização do divórcio seja a solução para a igreja, no entanto, nem tampouco é o absolutismo. A pós-modernidade trouxe ao ser humano o sentimento de ser livre, e de fato ele o é, portanto, o amor entre um casal para sobreviver terá que passar pelos testes da vida. O importante é não divinizarmos nem satanizarmos as relações, mas examinar cada uma delas à luz de seu contexto existencial e buscarmos formas não apenas de salvar o casamento, mas as pessoas envolvidas nele.

Na verdade o que importa é a percepção que temos da vida, da sua brevidade, da sua volatilidade e daquilo que realmente importa, o amor de Deus por nós. Toda a nossa busca pelo ser e pelo ter esta relacionada com a falta de entendimento do amor de Deus por nós. Pensamos que para ser aceitos precisamos deste ter e deste ser. O amor de Deus não trata-se de um amor qualquer, mais do primeiro amor: Nós amamos porque ele nos amou primeiro. – 1 Jo 4:19 – Primeiro quando? Desde sempre! Conforme a Escritura nos diz: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai…” (1 Pedro 1:2) – Portanto, o desejo de Deus é que possamos abandonar esta busca pelo ser e pelo ter e que possamos nos voltar para ele, voltar para o seu primeiro amor. Isto não significa que devemos abandonar nossas aspirações na vida, mas que nunca devemos fazer delas uma prioridade. Nossa prioridade deve ser amar a Deus, glorificá-lo, e gozar dele para todo o sempre.
Nossa cura na verdade depende disso, depende do nosso retorno para Cristo e para o seu amor. Seu amor é estável. Ele nos ama hoje o mesmo que nos amou ontem, e nos amará amanhã o mesmo que nos ama hoje. Portanto, pouco importa a nossa fina e curta existência neste mundo, o que importa é que sou amado por Deus, que aceitei ser amado por ele, aceitei responder ao seu amor. Como diz a Escritura: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu…” (Cânticos 6:3).

Sobre lucaspinduca

I'm part cultural voyeur mixed with a splash of aspiring behavioral scientist and wannabe motivational Christian speaker.
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