Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para.
Com o mundo girando cada vez mais rápido, não nos resta muita coisa a não ser fazer escolhas que possam permitir, ao menos por alguns momentos, um pouco de tranquilidade. Algumas pessoas são pragmáticas, aceitando as coisas à medida que vão surgindo e tirando o melhor proveito das escolhas disponíveis. Algumas pessoas são idealistas, defendendo princípios e se recusando a transigir. E algumas pessoas agem por capricho baseadas naquilo que passa por suas cabeças. Por isso mesmo, todas as pessoas, cristãs ou não, tem que decidir uma questão importante sobre si mesmo: se o seu padrão de valores será baseado na opinião que as pessoas fazem da sua aparência, herança social e cultural, tipo de amigos, objetivos, etc. Ou na opinião de Deus sobre estas mesmas coisas. É quando se faz necessário perguntar: você pertence a si mesmo (você é o mesmo quando ninguém te olha ou vê) e a essência da vida que possui (pertence de corpo e alma ao que se propõe fazer)? Pertencer, psicologicamente falando, é criar laços indissolúveis consigo mesmo. Dominar suas emoções estando comprometido com Deus, no caso cristão, é entender que uma opinião sobre si mesmo é muito menos importante do que a opinião de Deus sobre nós, que uma auto avaliação precisa é derivada da avaliação de Deus. Porque uma verdadeira identidade cristã tem Deus como referência. Depois de aceitarmos isto, ficará mais fácil cuidar melhor das relações e interações que fazemos. Deus diz:
“Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos”, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos”.Isaías 55:8-9
Aqui temos uma ênfase ao fato de que as inclinações e estruturas de pensamento humanas, relativas a vida e a relacionamentos-chave, e que são naturais no homem, podem estar contrariando os pensamentos de Deus e o modo como Ele quer que vivamos. Também fala sobre as dificuldades envolvidas em romper com o estabelecido, o quanto a fé e a paixão podem ser poderosas para fazer uma mudança pessoal no meio de uma sociedade.
Geração após geração, corremos o risco de esquecer quem Deus é e quem nós somos. O filosofo Kant até escreveu: “A tutela é a incapacidade de usar o próprio entendimento sem a orientação de ninguém”. O cristão precisa da tutela do Espírito Santo em toda a sua vida cristã. Que fique esclarecido de uma vez por todas: O homem não possui recursos que possam oferecer solução permanente para os seus problemas. A razão não pode solucionar todos os problemas humanos de maneira definitiva, motivo pelo qual inevitavelmente surgem contradições na filosofia e na teologia. Além disso, o ser humano tem uma tendência natural para abandonar um ponto de vista simples e mais tradicional quando vai em busca de resolver suas questões e solucionar os seus problemas, e acaba envolvendo-se em muitas confusões existenciais e morais por causa disso. Quando um ponto de vista único é abandonado, toda a perspectiva se fragmenta em múltiplas visualizações que acabam fornecendo informações em excesso. Daí em diante, a sensação de desencaixe e desorganização aumenta rapidamente, fazendo este individuo iniciar um processo de eliminação ou redução das muitas perspectivas, exceto uma, aquela que seja mais confortável e de acordo com a sua vontade e desejos, para fazer o mundo voltar a uma ordem reconhecível. Mas confiar na capacidade da mente de criar para si mesma uma visão racional viável, pode nos mostrar a impossibilidade de escaparmos de nossa própria mente caso ela esteja errada. Afinal, todas as nossas ideias são, essencialmente, subjetivas e interpretativas. Em nossa limitação de pensamentos, quase nunca imaginamos que os projetos de Deus para o nosso futuro são grandes. Nestes dias em que todas as verdades ditas são consideradas pelo menos relativas, se não meramente pessoais, todos os dias temos uma oportunidade de rever conceitos, de fazer algo bom por nós. O problema é como verificar a verdade de Deus, sem cair no erro de definir a verdade com base na tradição ou em nosso próprio entendimento daquilo que achamos que ela seja.